O Flamengo volta a viver mais um capítulo daqueles em que a arbitragem entra em pauta e promete gerar debates acalorados nos bastidores da Conmebol. A expulsão de Gonzalo Plata, diante do Estudiantes, deixou o clube carioca em alerta e com a sensação de que há margem para contestar a decisão do colombiano Andrés Rojas. A diretoria rubro-negra enxerga no caso um precedente importante: a anulação da suspensão do zagueiro Dedé, em 2018, também em um duelo de quartas de final da Libertadores.
Naquela ocasião, o Cruzeiro foi derrotado pelo Boca Juniors na Bombonera, e Dedé acabou expulso após um choque acidental. O árbitro Éber Aquino, ao ver um corte na boca do arqueiro, recorreu ao VAR e decidiu mostrar o vermelho direto ao defensor — decisão duramente criticada à época. O episódio foi levado à sede da Conmebol, no Paraguai, e contou com pressão não apenas do clube mineiro, mas também da CBF. Uma semana depois, a entidade reconheceu o equívoco e liberou Dedé para atuar no jogo de volta.
Após lançar Nota Oficial, a esperança do Flamengo é que a história se repita. Plata foi expulso após um lance confuso, em que sofreu a entrada dura do zagueiro Facundo Rodríguez e, ao cair, acabou punido. O equatoriano Gonzalo Plata, inconformado, fez gestos pedindo revisão no VAR e demorou a deixar o campo. A cena gerou revolta não apenas dos jogadores, mas também da comissão técnica, que acredita ter sido uma decisão desproporcional e sem respaldo no regulamento.
O episódio também reacende um debate maior: até que ponto a tecnologia do VAR está sendo bem utilizada na Libertadores? Se, por um lado, a ferramenta trouxe mais transparência, por outro, decisões polêmicas como essa mostram que ainda há muito espaço para aprimoramento. Para a torcida rubro-negra, que já carrega na memória episódios traumáticos com arbitragens da competição, a expectativa é de justiça.
ATUALIZAÇÃO: A Conmebol enviou um e-mail ao Flamengo e anulou a expulsão de Plata, possibilitando o uso do jogador na próxima quinta-feira, contra o time argentino.